O Município

Histórico

Nova Timboteua é um município resultante de terras outrora pertencentes a Belém, embora desmembrado do município de Igarapé-Açú.

Os primeiros colonos exploradores do município de nova Timboteua subiram o rio Peixe-Boi e se localizaram na confluência desse rio, com os igarapés Timboteu-Jaburú, em 1885, quando estes pertenciam ao município de Santarém – Novo.

Verificando a qualidade das terras e a extensão das florestas que marginavam aqueles rios e igarapés, Serafim dos Anjos da Costa, requer uma ares, cujos fundos atingiam o igarapé Timboteua onde fixou residência, juntamente com Afonso Roberto Pimentel e Manoel Maria.

Em 1886 foi efetuada a demarcação das terras requeridas por Serafim, o qual incentivou aos demais
residentes da vizinhança a fim de edificarem um povoado.

Atendido o convite de formar o povoado com risco de invasão das residências por onças e índios das tribos de Viseu e rio Guamá, os habitantes circunvizinhos se transferiram para as terras de Serafim do Anjos e formaram ali um povoado em 1892.

Interessados na construção de uma capela, já que o númnero de católicos era elevado, Serafim dos Anjos da Costa, doou uma parte das terras para que fosse erguida um oráculo, o qual foi dedicado a Nossa Senhora do Livramento.

Em 1895, pela Lei Estadual n° 324 de 06 de julho, o povoado foi elevado a categoria de povoação com instalação a 1° de dezembro do mesmo ano.

Em 1906, os chefes políticos locais, verificando que a sede do município de Santarém-Novo estava
perdendo sua importância, expuseram o fato ao Dr. Ângelo Valente Cesarino Doce, sugerindo a mudança da sede daquele Município para uma das povoações vizinhas, de preferência a de Timboteua.
A reivindicação sofreu a restrição de que a transferência fosse não para Timboteua, mas para Igarapé-Açú, que estava situada à margem da Estrada de Ferro que iria ligar Belém a Bragança.

O Senado foi favorável ao ponto de vista do Dr. Ângelo Valente, com uma preliminar, no sentido de não transferi-lo e sim extingui-lo, para criar o Município de Igarapé-Açú o que ocorreu, em decorrência da Lei n° 985, de 20 de dezembro de 1906.

Com a notícia de extinção do Município de Santarém-Novo, os interessados transportaram o arquivo do referido Município para Timboteua, onde julgavam a localização da nova sede municipal, sofrendo decepção, ao tomarem conhecimento da criação do Município de Igarapé-Açú.

Entretanto, com a construção da Estrada de Ferro o tempo de instalação da cidade de Igarapé-Açú, apenas havia passado ali, o pico da ferrovia. Para acompanhamento dos trabalhos e depósitos de materiais da Estrada, foram construídos vários barracões, principalmente às margem dos rios e igarapés, tais como em Maracanã, Livramento, Nova Timboteua e Peixe-Boi.

O Governo Estadual, considerando de grande importância, resolver instalar uma Escola de Beneficiamento Agrícola com o nome de Estação Experimental de Agricultura e prática, depois denominada Estação Experimental Augusto Montenegro que, após a sua passagem para o Governo Federal, foi inaugurada em 11 de julho de 1912, com a denominação de “Aprendizado Agrícola Federal de Tomé-Açú”.

Tanto para a construção da Estrada de Ferro como para trabalhar na Estação e, ainda, para a aquisição de terras para o trabalho agrícola, deslocaram-se para o novo Município de Igarapé-Açú levas de trabalhadores vindos de outros municípios e, mais especialmente do Nordeste.esses trabalhadores chegaram aos locais onde já haviam os barracões da Estrada de Ferro, construíram suas habitações, tanto por oferecerem garantias de vida livres que estavam das onças e dos índios, como também por serem servidos de água. Assim, surgiram rapidamente todas as povoações localizadas às margens da Estrada de Ferro Belém-Bragança.

A antiga povoação de Timboteua, objeto que fora de cogitação para a instalação de um novo município, perdia prestigio com as novas explorações uma vez que todas as vistas se voltavam para os novos lugares. Entretanto, em 1907 foi criada a circunscrição judiciária e instalado o Cartório do Registro Civil.

Dentre os primitivos moradores da localidade onde hoje está instalada a cidade de Nova Timboteua, encontra-se, entre outros, o nordestino Avelino de Oliveira, um cidadão que depois de passar algum tempo no local, regressou ao nordeste, só voltando em 1909. ao chegar, verificando o desenvolvimento do local e a qualidade das terras para o serviço da agricultura, resolveu ir buscar sua família e fixou residência em 06 de março de 1910, quando já existiam no povoado 16 barracos e numerosos moradores.

Como o povoado crescia, foi necessário a construção de um Cemitério. Adelino Oliveira, convidou os outros moradores à consecução da obra, o que ocorreu em 1910.

O mesmo Adelino Oliveira, depois lançou a idéia de erguer um capela, que em 1911 foi inaugurada com o nome de São Francisco de Assis.

Em 1913, o engenheiro Dr. Palma Muniz iniciou os trabalhos de abertura das travessas de prolongamento para o interior das terras de então Estação Experimental, para assim localizar colonos que desejassem empregar suas atividades na agricultura, sendo crescido o número dos que procuravam fixação definitiva nas travessas.

Nessa época, o povoado já contava com várias casas de comércio e elevado número de residência, sendo também ponto de parada do trem. Existia um marco da quilometragem da Estrada de Ferro, ao qual os moradores denominavam “TABULETA” e por esse motivo também assim era chamada o povoado.
Em 1915, quando já era bem grande o movimento de colonos, o povoado teve categoria de povoação pela Lei n° 1.480, de 08 de outubro.

No dia 15 de novembro de 1923 foi criada a circunscrição Judiciária e instalado o Cartório.
A Estrada de Ferro de Bragança, teve importante papel na colonização dessa área, porém, devido a sua precariedade após os primeiros anos de operação, foi construída uma estrada de rodagem. O serviço irregular e vagaroso da Estrada de Ferro, causado pala má conservação de suas linhas e pelo material rolante fez com que cada vez mais se usasse a rodovia para escoamento da produção.

O nome de “TABULETA” continuou por vários anos, sendo depois, também usado o nome de Timboteua, que provocou uma certa confusão com a outra vila de Timboteua já existente. Para sanar essa
dúvida e ficar dentro das normas legais, tornava-se necessário a mudança do nome de uma das povoações e, nesse caso, mudaria-se o nome da povoação mais antiga (Velha Timboteua) que conseguira pouco desenvolvimento até então. Assim foi chamada de TIMBORANA. Porém, seus moradores não se adaptaram a esse designativo pois já estavam habituados com o nome de TIMBOTEUA.

Foi, então, indicado o do Timbó-Açú. Este também não foi aceito visto que “Açu” significava mais para o Timboteua mais nova que obtivera maior desenvolvimento. Resolvera então, chamar o novo povoado de Nova Timboteua que tarde passaria a ser chamada de Assis Brasil. Entretanto, dado o costume, esse designativo não foi aceito, prevalecendo mesmo, ode Nova Timboteua. Que de 1915 até 1936 manteve-se ma categoria de povoação.

Em cumprimento ao Decreto Lei Estadual n° 4505, de 30 de dezembro de 1943, que fixou a divisão territorial do Estado, a vigorar no qüinqüênio 1944-1948, criou-se o município de Nova Timboteua que, na mencionada divisão, se apresenta subdivida em três distritos: Nova Timboteua, Velha Timboteua e Quatro Bocas.

Conforme a Lei n° 1127 de 11 de março de 1955, a qual foi considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em acórdão de 04 de outubro de 1955, o município de Nova Timboteua teve seu território desmembrado para construir o município de Peixe-Boi. O Governo do Estado do Pará em Decreto n° 1946, de 26 de janeiro de 19546, tornou legal o desmembramento.

O município de Nova Timboteua com seus 633 km² aproximadamente constitui um pequeno município
do Estado do Pará, o qual sobrevive do comércio e da agricultura, sendo o mesmo situado numa região essencialmente agrícola.

Entre os 143 Município do Estado do Pará. Nova Timboteua é o 45° Município do Pará em extensão territorial, abrigando uma população de aproximadamente 13.000 habitantes (estimativa do I.B.G.E / 2000).

Povoado inicialmente por migrantes oriundos dos Estados do nordeste do País, através de projetos oficiais de colonização nas primeiras décadas desse século, este município integra a 20 Fisiográfica Bragantina (assim denominada em virtude da Estrada de Ferro que ligava Bragança a Belém). Que ponto de vista topográfico e morfológico, Bragantina é construída, segundo Lúcia Castro Soares. “por um baixo platônico sedimentar conozóico for formado por depósitos terciários e do quartenário interior. As maiores altitudes não atingem 100 metros. As formações terciárias são as mais, altas, apresentando superfícies aproximadamente planos que emprestam à paisagem notável horizontalmente.

A zona bragantina, cuja ocupação foi iniciada em fins do século passado por iniciativa governamental (quando se intensifica o processo de expansão da fronteira agrícola da Amazônia). Era a mais densamente povoada do Estado do Pará.

Entretanto, a tendência à centralização fundiária, fenômeno que se observa nas varias regiões do Brasil, também se faz presente nesta área. Que teve florestas que ai ocorriam originalmente, devastas em grande parte pelo incipiente processo agrícola da derrubada; a suspensão das matas deixou essa área coberta em grande parte por capoeiras e capoeirões que, nos solos relativamente ácidos que ai ocorrem, levam ate 10 anos para se reconstituírem. E assim, as cassa de farinha passam a constituir um elemento importante da paisagem da referida área. Aí podemos observa vários tipos de casas de farinha, desde as mais primitivas, ate as que possuem motores.

A maior parte do revelo da região é formado por uma extensa superfície mais ou menos aplainada. E formada por terrenos sedimentares não inundados. Possui o clima comum da Amazônia, equatorial, que é superúmido.

O Município de Nova Timboteua, limita-se com os seguintes municípios:
– ao norte- Santárem-Novo;
– ao sul- Santa Maria do Pará;
– ao leste- Peixe-Boi;
– ao oeste- Igarapé-Açu;
– ao sudeste- Bonito.

Sua hidrografia é formada pelos Rios Maracanã, que percorre o Município de Norte a Sul, percebendo água de vários igarapés, numa extensão de 50 km da povoação Livramento até os limites do Município de Maracanã, em cuja cidade deságua no Oceano Atlântico, sendo navegável, por seu grande volume de água, desde a Foz até o povoado Livramento, onde era cruzado pela Estrada de Ferro de Bragança (Km 135), servindo ainda de limite com o Município de Igarapé-Açú; rio Taciateus, percorre o município cerca de 21 Km e, pelo seu regular volume de água é navegável por pequenas embarcações desde a vila de seu nome até a Foz do Rio Maracanã; rio Peixe-Boi, que atravessa o Município correndo no sentido sul a norte e, mais os igarapés: Jaburu, Trombetas, Tracuateua, Tamanduá e Najateua, todos de pequena profundidade.
A sede do Município de Nova Timboteua localiza-se ao leste da Capital do Estado (Belém) e dista 139 Km por rodovia em linha reta da mesma, colocando-se 23º lugar em ordem de distância de Belém e possuindo as seguintes coordenadas geográficas: 1° 11’50” de Latitude Sul: 47° 19’50” de Longitude N. Gr. Encontra-se a 50 metros de Altitude em relação ao nível do mar, sendo o 4° em ordem de Altitude do Estado do Pará.
Sua ocupação étnica demostra a predominância do caboclo nordestino: provavelmente a maioria da população é de origem nordestina. O restante é formado por imigrantes de outros estados ou paises(japoneses, turcos, portugueses,etc…).

O nome do Município (Nova Timboteua) é locução hibrida português e tupi. O termo Nova
Timboteua lhe foi imposto para destingi-lo do mais antigo Timboteua – atual Vila, sede do Distrito.
“Timboteua” é um vocábulo de origem Tupi-Guarani, que provém de timbó (nome de uma planta tóxica muito comum na região) e EUA com “T” eufônico (lugar de, abundancia de), significa lugar de ti = e = IG (água) e MBO = MBOI (o que contém), timbó exalação.

Os moradores do lugar receberam o nome de “Timboteuenses”; pessoas simples, porém bastantes hospitaleiras.

Em relação as outras regiões da Amazônia, Nova Timboteua encontra sua explicação em dois aspectos: primeiro no fato de que o processo de colonização fundamentou-se inicialmente na distribuição, pelo Estado, de lotes de terras com 25 há para as famílias de migrantes, os chamados de colonos. Em segundo lugar, porque o processo do desenvolvimento capitalista nesta região esta se dando no sentido clássico, ou seja, no sentido da utilização produtiva da terra implantação sobretudo de médias empresas agrícolas, substituindo as pequenas explorações produtoras de alimentos. Embora sejam propriedades pequenas em terrenos de área ocupada, são grandes quanto a magnitude de sua produção e em sendo transformadas pelo capital em explorações intensivas.

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